quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A INOVAÇÃO NA PRÁTICA DAS ORGANIZAÇOES


A inovação na prática das organizações

Por Anderson Rossi

Professor convidado da FDC e pesquisador do Núcleo de Inovação.

A inovação é imprescindível para que as empresas possam desenvolver, obter

maiores vantagens perante seus concorrentes e auferir maiores lucros. Para tal,

devem, inicialmente, ter percepção e predisposição para melhorar continuamente as

suas atividades para que, posteriormente, possam empregar esforços para a

transformação destas oportunidades em realidade. É nessa hora que a inovação exige

decisões precisas, liderança eficaz e visão de futuro, além de uma equipe

empreendedora. Costumo chamar isso de tripé da excelência na inovação. Então,

como promover a inovação nas práticas organizacionais? Não é tarefa fácil e exige

cuidados especiais.

O enfoque evolucionista considera a inovação como o ponto central para o

desenvolvimento econômico, seja de empresas ou de países e que seu principal locus

é a empresa. Isso significa que o processo de inovação se efetiva na empresa, e não

nas universidades. A parceria entre universidade-empresa é vital para o crescimento e

o ganho de competitividade, com diversos exemplos bem sucedidos na literatura.

Entretanto, é importante destacar que é na empresa que o conhecimento se

transforma em produtos e serviços inovadores, gerando riqueza.

A literatura nos mostra que a inovação é processo desde a geração de idéias até o

desenvolvimento do produto. Inovação não é um processo rápido, exige aprendizado,

paciência, proatividade e trabalho de times, sem centralizar em uma ou poucas áreas,

ou pessoas, toda a responsabilidade de inovar. Além disso, deve-se estar ciente de

que existem sempre riscos associados que, geralmente, são mais expressivos no caso

de inovação radicais e voltadas ao longo prazo.

O desafio da inovação requer também um pensamento competitivo diferente e uma

forma sistemática de busca de oportunidades pela empresa. A lógica é outra e a

empresa precisa levar em consideração a sua capacidade de olhar a cadeia produtiva,

além de lidar com o presente e com o futuro. Transformar o conhecimento em

resultado financeiro, capaz de gerar “dinheiro novo”, parece ser uma meta natural e

também simples de atingir, mas não é. Requer processos eficazes, sistêmicos e que

permitam a interação de todas as áreas e projetos.

Empresas inovadoras sabem que a inovação não é algo fortuito. Nesse sentido,

estabelecem processos formais capazes de viabilizá-la. Trata-se de processos que

estimulam a geração de idéias, garantem feedback, favorecem a colaboração e

múltiplas perspectivas na avaliação, reconhecem e premiam aqueles que se

aventuram a sugerir coisas novas, assim como para aqueles que trabalham para que

as ideias se concretizem e gerem valor para a empresa.

O modelo de inovação desenvolvido pelos pesquisadores do Núcleo de Inovação da

FDC surgiu da observação de melhores práticas e do relacionamento com empresas

inovadoras que operam no Brasil. Inspirado em referências do tema (Tidd, Patel, Chan

e Mauborgne, Doz, Pavitt), o modelo apresenta um processo integrado de gestão da

inovação, baseado nas decisões estratégicas da organização. Incorpora, ainda, uma

visão sistêmica, promovendo a integração das diversas áreas da empresa e dos níveis

estratégicos, tático e operacional. Nessa proposta, conforme figura abaixo, os

elementos essenciais para o processo de inovação são: estratégia e decisão da

organização; estrutura e sistemas de gestão; cultura de inovação; processos de curto,

médio e longo prazo; e indicadores de desempenho, que são interrelacionados.

Como já discutido em outros artigos (ver as publicações do Núcleo de Inovação da

FDC), poucas organizações conseguem efetivamente inovar, devido às barreiras

internas da própria empresa e ou do ambiente. A experiência nos mostra também que

o mais difícil é criar a cultura de inovação nas organizações e não os processos. Para

estimular a inovação em uma organização, não basta definir sua importância na

posição estratégica, alocar capital e esforços à produção de conhecimento: é

imprescindível que a cultura e o clima organizacional sejam favoráveis à busca pela

inovação e à manifestação criativa. A cultura de inovação que permite a geração de

novos produtos, processos ou serviços, é construída e fortalecida no dia-a-dia das

equipes de inovação. São as pessoas que fazem acontecer a inovação. Infelizmente,

não existe uma fórmula única, capaz de revolucionar os processos de inovação nas

organizações. O processo deve ser vivo e fortalecido pelos colaboradores, já que a

sobrevivência da empresa é responsabilidade de todos.

Jailson Alves Moreira (174)

Um comentário:

  1. O dia a dia da emnpresa depende de todos da organização, é necessário inovar para estar acompanhando o mercado. Empresas inovadoras ganham mercado, clientes e muitas vezes ate o mundo.
    (Vania Barbosa-857)

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