sábado, 20 de outubro de 2012

Benefícios ou Artifícios?


Todos os benefícios e facilidades são instituídas em busca da plena satisfação e realização do colaborador, parceiro ou associado. Campos esportivos, piscinas, academias de ginásticas, creches, escolas e todo um aparato pedagógico destinado aos filhos dos empregados, espaços de convivência, grupos de dança e de coral, Happy-hour, salas de jogos, home-theather, enfim, é posto à disposição do empregado todo um conjunto de facilidades e confortos absolutamente impensáveis para o nível de renda familiar dos usuários. Para os profissionais altamente qualificados, além de todas essas facilidades, ainda são oferecidos telefones celulares e lap-top’s para que possam acessar à organização todo o tempo, onde quer que estejam. O local de trabalho passa a ser um excelente espaço para estar e ficar, tão prazeroso que dele não se deseja sair, mesmo quando o expediente encerra-se, nos fins-de-semana e nos feriados e até mesmo durante as férias. Usufruir dos privilégios que a empresa oferece é melhor do que as limitações próprias de uma residência de classe média ou média baixa dos empregados no Brasil. É preciso que se perceba melhor quais são as motivações que levam de fato as organizações a oferecer tantos benefícios. Respeito genuíno aos seus recursos humanos ou estratégia para retê-los cada vez mais tempo no trabalho? Tudo isto pode ser fantástico, provavelmente não para o empregado, mas para os interesses de sua organização. Esses privilégios muitas vezes não são gestos altruísticos de reconhecimento do valor do Homem no trabalho, mas estratégias manipulativas ardilosamente engendradas para induzir o trabalhador a dedicar cada vez mais parcela de seu tempo, energia e talentos à organização, em prejuízo da qualidade de sua vida pessoal, da própria família e dos diferentes papéis e relações sociais que exerce na sociedade.

Pedro Augusto Alves Ladeira (823)

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