O
despertar para a necessidade de uma gestão realmente profissional tornou a
Administração o curso superior com o maior número de faculdades (mais de 2.600)
e o maior número de alunos (mais de 800 mil)
Por Leandro
Vieira
A piadinha é infame e batida e, com certeza, você já deve ter
escutado: "quem não sabe o que quer, faz Administração". A anedota
faz parte da habitual rivalidade entre os cursos superiores, e data de muito,
muito tempo.
A realidade é que o curso de Administração e a profissão do
administrador mudaram bastante. E nossa sociedade mudou também. Hoje já
observamos uma crescente preocupação por parte de empresários e dirigentes de
organizações públicas e privadas com relação ao gerenciamento das iniciativas
pelas quais são responsáveis.
No campo empresarial, ainda temos uma elevada taxa de
mortalidade. Segundo o IBGE, praticamente a metade das empresas fecha as portas
após o terceiro ano de atividade. Os motivos que explicam esse índice bizarro
são diversos, afinal o Brasil amarga a 126ª posição entre 183 nações no ranking
do Banco Mundial que elenca os países conforme a facilidade de se fazer
negócios em seus territórios. Para se ter uma ideia, segundo esse estudo, é
mais fácil abrir um negócio em Uganda do que por aqui.
Entretanto, a principal razão da mortalidade das empresas é
sempre a mesma: falta de preparo de seus gestores. Diante de tantas
dificuldades, a figura do administrador desponta como essencial para driblar os
obstáculos impostos por esse ambiente hostil à atividade empresarial.
Outro estudo com o mesmo número de nações, realizado pela ONG
Transparência Internacional, coloca o Brasil na 73ª posição no ranking que mede
a percepção de corrupção entre os países. Numa escala onde zero significa
"muito corrupto" e dez "nada corrupto", a nossa nota foi
3,8. Fomos reprovados. Além de prejuízos à moral, a corrupção empaca o
desenvolvimento brasileiro: um estudo da FIESP revelou que o prejuízo causado
por essa praga chega a 85 bilhões de reais por ano!
A corrupção não é apenas fruto da falta de ética, mas também de
falhas na administração pública e nos seus mecanismos de controle (para lembrar
uma das funções clássicas da Administração delineadas por Fayol). Que falta faz
um administrador de fato por trás de nossas instituições, não é mesmo?
O despertar para a necessidade de uma gestão realmente
profissional tornou a Administração o curso superior com o maior número de
faculdades (mais de 2.600) e o maior número de alunos (mais de 800 mil). Por
ano, são formados mais de 114 mil administradores. Não só a oferta de
profissionais da área ao mercado aumentou, como também a demanda por eles.
O Conselho Federal de Administração, em parceria com a FIA
(Fundação Instituto de Administração), realizou uma pesquisa que traça o raio-x
da profissão no Brasil. Uma das questões era dirigida aos empregadores. Em
2006, apenas 23% deles consideravam importante um cargo gerencial ser ocupado
por um administrador. Em 2011, esse número saltou para 63%. São números que
refletem o amadurecimento da sociedade brasileira, e também a transformação da
mentalidade dos nossos jovens, que têm optado por essa com muita determinação e
com a consciência de que o administrador é o profissional que o Brasil mais
precisa.
Respondendo àqueles que ainda insistem em contar aquela piadinha
surrada do início do artigo, quem opta por Administração tem a certeza exata do
que quer fazer - muito diferente daqueles que escolhem outros caminhos profissionais
e, lá pelas tantas, tentam atuar como administradores sem serem.
É isso aí pessoal...vamos dar valor na escolha que fizemos!!!!
(Vânia Lúcia - 1457)
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