sábado, 12 de maio de 2012

Ajustando o foco


segunda-feira, 7 de maio de 2012
por Lucas Toyama

DENVER, Colorado - Os profissionais responsáveis pela formação de colaboradores têm muito o que aprender. É basicamente essa a premissa de Sarah Bloomfield, especialista sênior de L&D da Google, área responsável pelo desenvolvimento e pela capacitação dos funcionários da gigante de tecnologia. A executiva indica uma conduta adotada pela empresa que é a de focar as atenções no público que está recebendo o treinamento. “Não adianta estabelecer um processo unilateral. É preciso que os programas de capacitação e, mais ainda, a sua condução, sejam uma via de mão dupla”, disse. Esse poder que atribui aos “alunos” reside no fato de os profissionais estarem mais críticos, questionando seu papel não apenas em suas tarefas, mas no funcionamento da engrenagem como um todo.

Quando confrontada com a afirmação de que visões dessa natureza são possíveis apenas porque a forma Google de ser difere de grande parte do mundo corporativo, Sarah refutou enfaticamente. “Esse tipo de postura torna-se viável quando os colaboradores se perguntam o que os motiva a irem trabalhar todo dia e a resposta que encontram lhes é satisfatória”, afirmou. “E isso não está relacionado à cultura da empresa, mas ao alinhamento entre os valores da companhia e dos funcionários, independente da área de atuação”, completou. Mas, afinal, o que atrai a atenção de quem aprende?

A resposta de Sarah a essa pergunta se baseou em elementos aparentemente óbvios, mas sobre os quais há pouca reflexão no dia a dia. Primeiro, é preciso que os aprendizes legitimem o tutor. “Isso não quer dizer, em hipótese alguma, a manutenção daquela estrutura nada democrática que conhecemos de educação segundo a qual o professor fala e o aluno apenas ouve”, defendeu. Essa nova relação entre as partes, inclusive, abre as portas para um outro ponto destacado pela executiva: as formas de se transmitir conteúdo. “Quanto menos convencional, melhor, desde que, claro, não haja prejuízo de conteúdo”.

Esse “menos convencional”, a propósito, pode ser um tiro no pé. Basta dar ao grupo algo que nada tenha a ver com sua realidade. A forma de mitigar esse risco é simples: estudar o público alvo e preparar formas e conteúdos que dialoguem com ele. “Não adianta, no universo corporativo, abordar temas genéricos demais. Quem está sendo capacitado espera que os ensinamentos encontrem aplicabilidade em seu cotidiano”, afirmou Sarah em sua palestra ministrada na segunda-feira, 7 de maio, na ASTD, conferência internacional focada em treinamento em desenvolvimento que aconteceu em Denver, nos EUA.

Além de esse olhar cuidadoso ao público em questão, é importante que quem ministra cursos atente para outros pontos. “É fundamental que se estabeleça trocas de conhecimento efetivas, que o instrutor pergunte muito e observe bastante”, ensinou Sarah.

Se existir algum tipo de resistência, ela sugere que um questionamento mais profundo tome lugar: até que ponto você pode mudar uma cultura e até quando você pode se deixar mudar pela cultura? Essa pergunta suscita algumas mudanças profundas como a real propensão a inovar, deixando de confiar no que é seguro e já deu resultado e apostar no novo. “Aprofundar essa questão significa também conceder mais poder aos alunos, perguntar e ouvir mais e parar de declarar conhecimentos, repensar formas mais eficazes de medir a eficiência de seus treinamentos que não simples formulários com notas de zero a dez, mas com conteúdos que permitam de fato avaliar o trabalho realizado”, concluiu.
A citação desse texto foi feita por inteira, por ser um conteúdo que refletem muito dos tópicos trabalhados na “Empresa Simulada” que a turma realizou nas aulas anteriores.
Ele passa a nós uma forma inovadora que acontece na Google na parte de treinamento de pessoal, a qual não apenas impõe a cultura da empresa, mas também ouve o que os colaboradores têm a falar, trazendo também uma avaliação de desempenho em forma de forma de contato mais afinco com o pessoal e não apenas com aqueles relatórios com números de bom ou ruim. (Leonardo Fonseca- 825)

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