Por Elisa Tozzi
O texto se trata de uma entrevista com Antônio
e Lúcia, feita para a revista VOCÊ S/A sobre o jeito brasileiro de liderar,
este que está ficando famoso pelo mundo todo.
VOCAÇÃO
PARA DRIBLAR
Vera Lúcia Cançado: "O jeitinho é uma característica antiga. Usamos para driblar obstáculos. Conhecemos as leis e sabemos o que fazer para burlá-las. Numa negociação, quem usa o jeitinho se mostra simpático e humilde e encanta o interlocutor para alcançar o resultado que quer. Isso até pode ser positivo, porque faz com que o brasileiro tenha mais facilidade para se adaptar a novos cenários. Desde a infância estamos expostos a atitudes contraditórias, por isso entendemos melhor os paradoxos dos negócios".
MISTURA DO PÚBLICO COM O PRIVADO
Antônio Moreira de Carvalho Neto: "Tendemos a misturar o local privado com o público. Cada espaço demandaria um tipo de conduta. Segundo o antropólogo Roberto DaMatta, dentro de casa agiríamos com mais afetividade e poderíamos ter noções de hierarquia diferentes das que temos no espaço público. Na rua, deveríamos ser impessoais. No Brasil, os mundos se relacionam. É comum o líder desenvolver relações pessoais com os subordinados. O que é bom, por um lado, porque o chefe conhece a equipe e cria laços de confiança. Mas a mistura pode ser tão grande que na hora de uma promoção o chefe escolhe não o funcionário mais preparado para o cargo, e sim a pessoa com a qual tem mais empatia. Essa atitude é um erro. O mundo corporativo prioriza a meritocracia".
FLEXIBILIDADE
Vera Lúcia Cançado: "A flexibilidade é inerente ao nosso povo. O brasileiro, por sempre enfrentar com criatividade crises financeiras, épocas de alta inflação e violência, aprende a criar soluções inovadoras e a ser ágil ao executar tarefas. Isso ocorre dentro das empresas, com os gestores mudando de rota rapidamente para entregar resultados a curto prazo ou para atender a novas demandas".
OTIMISMO E CORDIALIDADE
Antônio Moreira de Carvalho Neto: "Os líderes brasileiros têm algumas características bem positivas que os diferenciam: são otimistas, sociáveis e têm a cabeça mais aberta para o novo do que povos de outros países. Essas competências são muito importantes, já que estamos numa época em que é preciso saber lidar com os outros para crescer.
A positividade do brasileiro vem da religiosidade que está presente em nosso desenvolvimento histórico e faz com que tenhamos muita disposição para a vida e esperança no futuro. Por vivermos em um país novo e cheio de imigrantes, estamos acostumados a lidar com a diversidade e ter fé no estrangeiro. Uma postura importantíssima, pois hoje as relações profissionais tendem a ser bastante globalizadas".
Vera Lúcia Cançado: "O jeitinho é uma característica antiga. Usamos para driblar obstáculos. Conhecemos as leis e sabemos o que fazer para burlá-las. Numa negociação, quem usa o jeitinho se mostra simpático e humilde e encanta o interlocutor para alcançar o resultado que quer. Isso até pode ser positivo, porque faz com que o brasileiro tenha mais facilidade para se adaptar a novos cenários. Desde a infância estamos expostos a atitudes contraditórias, por isso entendemos melhor os paradoxos dos negócios".
MISTURA DO PÚBLICO COM O PRIVADO
Antônio Moreira de Carvalho Neto: "Tendemos a misturar o local privado com o público. Cada espaço demandaria um tipo de conduta. Segundo o antropólogo Roberto DaMatta, dentro de casa agiríamos com mais afetividade e poderíamos ter noções de hierarquia diferentes das que temos no espaço público. Na rua, deveríamos ser impessoais. No Brasil, os mundos se relacionam. É comum o líder desenvolver relações pessoais com os subordinados. O que é bom, por um lado, porque o chefe conhece a equipe e cria laços de confiança. Mas a mistura pode ser tão grande que na hora de uma promoção o chefe escolhe não o funcionário mais preparado para o cargo, e sim a pessoa com a qual tem mais empatia. Essa atitude é um erro. O mundo corporativo prioriza a meritocracia".
FLEXIBILIDADE
Vera Lúcia Cançado: "A flexibilidade é inerente ao nosso povo. O brasileiro, por sempre enfrentar com criatividade crises financeiras, épocas de alta inflação e violência, aprende a criar soluções inovadoras e a ser ágil ao executar tarefas. Isso ocorre dentro das empresas, com os gestores mudando de rota rapidamente para entregar resultados a curto prazo ou para atender a novas demandas".
OTIMISMO E CORDIALIDADE
Antônio Moreira de Carvalho Neto: "Os líderes brasileiros têm algumas características bem positivas que os diferenciam: são otimistas, sociáveis e têm a cabeça mais aberta para o novo do que povos de outros países. Essas competências são muito importantes, já que estamos numa época em que é preciso saber lidar com os outros para crescer.
A positividade do brasileiro vem da religiosidade que está presente em nosso desenvolvimento histórico e faz com que tenhamos muita disposição para a vida e esperança no futuro. Por vivermos em um país novo e cheio de imigrantes, estamos acostumados a lidar com a diversidade e ter fé no estrangeiro. Uma postura importantíssima, pois hoje as relações profissionais tendem a ser bastante globalizadas".
Caio Ribeiro - 820
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