[...] A
relação dos profissionais com as empresas mudou drasticamente nos últimos anos,
principalmente com a revolução do conhecimento. Antes as pessoas "vestiam
a camiseta", seduzidas por estabilidade, salários e assistência médica,
hoje isso já não basta. Elas almejam organizações alinhadas com seus valores em
um processo que precisa ser alimentado e renovado todos os dias, assim como num
casamento. Os funcionários precisam ser vistos como pessoas por inteiro, não
mais apenas como "mão-de-obra".
[...]
Dinheiro, é claro, ainda é prioridade para muita gente. É o que move boa parte
das pessoas a sair de casa para trabalhar, porque elas necessitam pagar suas
contas e manter-se financeiramente. "Um contracheque gordo pode não
segurar um talento, mas a falta dele o leva rapidinho para a concorrência",
diz Jorge Alberto Viani, da William Mercer Consultoria (FONTANA, 2001). Mas
essa ser a primeira escolha torna-se arriscado, pois, em um mercado cada vez
mais agressivo e competitivo, é difícil manter-se por muito tempo em uma
empresa só por dinheiro, por maior que seja o contracheque.
Não há
dinheiro que pague a realização pessoal. A realização no trabalho inclui mais
que salário, compreende a chance de crescer e ter novos desafios. É a
possibilidade de as pessoas darem significado ao que fazem. É fato que salário
ruim desmotiva o profissional, mas recebê-lo acima da média de mercado não é
suficiente para que a pessoa se sinta estimulada para o trabalho, ou seja, não
garante a satisfação do funcionário em relação à empresa.
A motivação
dos funcionários é tarefa cada vez mais importante para o sucesso empresarial,
pois envolve sentimento de realização, de reconhecimento e de crescimento
profissional. Conforme Chiavenato (2006), o colaborador sente-se mais motivado
quando lhes são atribuídas tarefas significativas e desafiadoras. Assim,
motivar as pessoas é fazer com que sintam orgulho de trabalhar na empresa, é
despertar o sentimento de afiliação, permitindo-lhes trazer seus valores para o
ambiente de trabalho.
Comprometimento
gera comprometimento, e isso sim, com certeza, irá potencializar os efeitos das
estratégias de negócio, aumentando os lucros. A pergunta é: existe uma forma
correta para motivar as pessoas? Segundo especialistas, as duas principais são
o bolso e a preocupação com o ser humano. Mas, qual desses dois modos de
motivação é o melhor? Se levarmos em conta o desempenho financeiro, os dois
lados são igualmente eficazes. O que muda é o tipo de profissional que a
empresa irá atrair, ou seja, o tipo de incentivo a ser oferecido deve estar
alinhado ao perfil dos profissionais que a organização gostaria de ter. Segundo
o pesquisador Leon Martel (CUNHA, 2002), isso seria a transição dos valores
materialistas, do apego à riqueza, para os pós-materialistas, aqueles que
buscam o bem-estar.
Assim, o que
importa é a criatividade e a capacidade das empresas de focar as necessidades
específicas de seu pessoal, uma vez que sem os investimentos financeiros é o
que vai fazer diferença para os funcionários. O fato é que não existe uma
fórmula, existe sim, uma mudança no mercado de trabalho, que sinaliza para a
necessidade da valorização do maior bem da empresa: o seu capital intelectual.
(Leonardo
Fonseca- 825)
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