A
inovação na prática das organizações
Por
Anderson Rossi
Professor
convidado da FDC e pesquisador do Núcleo de Inovação.
A
inovação é imprescindível para que as empresas possam desenvolver, obter
maiores
vantagens perante seus concorrentes e auferir maiores lucros. Para tal,
devem,
inicialmente, ter percepção e predisposição para melhorar continuamente as
suas
atividades para que, posteriormente, possam empregar esforços para a
transformação
destas oportunidades em realidade. É nessa hora que a inovação exige
decisões
precisas, liderança eficaz e visão de futuro, além de uma equipe
empreendedora.
Costumo chamar isso de tripé da excelência na inovação. Então,
como
promover a inovação nas práticas organizacionais? Não é tarefa fácil e exige
cuidados
especiais.
O
enfoque evolucionista considera a inovação como o ponto central para o
desenvolvimento
econômico, seja de empresas ou de países e que seu principal locus
é a
empresa. Isso significa que o processo de inovação se efetiva na empresa, e não
nas
universidades. A parceria entre universidade-empresa é vital para o crescimento
e
o ganho
de competitividade, com diversos exemplos bem sucedidos na literatura.
Entretanto,
é importante destacar que é na empresa que o conhecimento se
transforma
em produtos e serviços inovadores, gerando riqueza.
A
literatura nos mostra que a inovação é processo desde a geração de idéias até o
desenvolvimento
do produto. Inovação não é um processo rápido, exige aprendizado,
paciência,
proatividade e trabalho de times, sem centralizar em uma ou poucas áreas,
ou
pessoas, toda a responsabilidade de inovar. Além disso, deve-se estar ciente de
que
existem sempre riscos associados que, geralmente, são mais expressivos no caso
de
inovação radicais e voltadas ao longo prazo.
O
desafio da inovação requer também um pensamento competitivo diferente e uma
forma
sistemática de busca de oportunidades pela empresa. A lógica é outra e a
empresa
precisa levar em consideração a sua capacidade de olhar a cadeia produtiva,
além de
lidar com o presente e com o futuro. Transformar o conhecimento em
resultado
financeiro, capaz de gerar “dinheiro novo”, parece ser uma meta natural e
também
simples de atingir, mas não é. Requer processos eficazes, sistêmicos e que
permitam
a interação de todas as áreas e projetos.
Empresas
inovadoras sabem que a inovação não é algo fortuito. Nesse sentido,
estabelecem
processos formais capazes de viabilizá-la. Trata-se de processos que
estimulam
a geração de idéias, garantem feedback, favorecem a colaboração e
múltiplas
perspectivas na avaliação, reconhecem e premiam aqueles que se
aventuram
a sugerir coisas novas, assim como para aqueles que trabalham para que
as
ideias se concretizem e gerem valor para a empresa.
O
modelo de inovação desenvolvido pelos pesquisadores do Núcleo de Inovação da
FDC
surgiu da observação de melhores práticas e do relacionamento com empresas
inovadoras
que operam no Brasil. Inspirado em referências do tema (Tidd, Patel, Chan
e
Mauborgne, Doz, Pavitt), o modelo apresenta um processo integrado de gestão da
inovação,
baseado nas decisões estratégicas da organização. Incorpora, ainda, uma
visão
sistêmica, promovendo a integração das diversas áreas da empresa e dos níveis
estratégicos,
tático e operacional. Nessa proposta, conforme figura abaixo, os
elementos
essenciais para o processo de inovação são: estratégia e decisão da
organização;
estrutura e sistemas de gestão; cultura de inovação; processos de curto,
médio e
longo prazo; e indicadores de desempenho, que são interrelacionados.
Como já
discutido em outros artigos (ver as publicações do Núcleo de Inovação da
FDC),
poucas organizações conseguem efetivamente inovar, devido às barreiras
internas
da própria empresa e ou do ambiente. A experiência nos mostra também que
o mais difícil
é criar a cultura de inovação nas organizações e não os processos. Para
estimular
a inovação em uma organização, não basta definir sua importância na
posição
estratégica, alocar capital e esforços à produção de conhecimento: é
imprescindível
que a cultura e o clima organizacional sejam favoráveis à busca pela
inovação
e à manifestação criativa. A cultura de inovação que permite a geração de
novos
produtos, processos ou serviços, é construída e fortalecida no dia-a-dia das
equipes
de inovação. São as pessoas que fazem acontecer a inovação. Infelizmente,
não
existe uma fórmula única, capaz de revolucionar os processos de inovação nas
organizações.
O processo deve ser vivo e fortalecido pelos colaboradores, já que a
sobrevivência
da empresa é responsabilidade de todos.
Jailson Alves
Moreira (174)
O dia a dia da emnpresa depende de todos da organização, é necessário inovar para estar acompanhando o mercado. Empresas inovadoras ganham mercado, clientes e muitas vezes ate o mundo.
ResponderExcluir(Vania Barbosa-857)